terça-feira, 20 de novembro de 2007

Ele amarrou sua vida em meu pescoço e, em meio ao desespero e ao sufoco, gritei devolvendo o que lhe pertencia...

Eis um momento que se tornou um retrato guarnecido na lembrança.

domingo, 11 de novembro de 2007

Os pés sobre margaridas lilás.
A cabeça embebida profundamente de um lago sereno.

As mãos incontidas brincam de bem-me-quer e caio...

domingo, 28 de outubro de 2007

No início da manhã:

É horrível trancar a porta de casa e deixar de ser eu mesma.


.....
No final do dia, uma resposta:

Os que pensam livremente, com freqüência imaginam-se sozinhos e sem ter com quem compartilhar suas convicções. Às vezes, chegam a achar que são desajustados ou malucos, pois o resto do rebanho o faz sentir-se assim.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Conjunto

Lábios pintados de vermelho, aparelho odontológico e chiclete... é muito sexy.

Grande saliência abdominal, minishort e cinturão... é mais sexy ainda.

"Tô com saudade de você
Do nosso banho de chuva
No calor da minha pele
Da língua tua - PALPITE"

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Se me pedissem
uma definição de Amor
eu diria
ser aquilo
que me faz esquecer dores,
angústias...

Se me pedissem
uma de esperança
eu diria
ser o que me faz doces os dias
e que me tira
as ansiedades da alma...

Se me pedissem
explicar
porque sorrio nos momentos
em que o mundo oprime o mundo
e o céu
eu não diria
apenas sorriria...

domingo, 7 de outubro de 2007

- Ai, mata essa barata, Maurício, mata.

Ouve-se as batidas do pé no chão.

- Olha só! Falei para pisar e ele está espantando a bichinha.


É fácil observar o impulsivo ato assassino das pessoas. Vêem uma barata, um índio, um mosquito, um gato, um tatu bola, um homossexual, uma lagartixa, um menino, uma joaninha, uma mulher, uma aranha, um cachorro... e logo atacam.

É mais fácil ainda observar que se resta algum movimento do "bichinho", o incruel atacante pisa, pisa e pisa até que "aquilo" se torne pó.

Por que os telespectadores, os ouvintes de rádio, os internautas... ficam horrorizados com a notícia das barbaridades de um psicopata?

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A kundaliní



Eis onde se localiza:
O meu centro de força.
A minha serpente de fogo.
A minha energia ígnea.




Freud chamou de libido.
Reich de orgônio.

E você do que chama?



segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Férias_3

Outro sonho realizado:
saltar de pára-quedas!

Em 22 de setembro de 2007, eu, Tamara, saltei sozinha de pára-quedas.

Lá no alto, o tempo parece que pára. É possível sentir a adrenalina percorrer todo o corpo, começando nos pés (que balançam!) e subindo até a cabeça, proporcionando prazer a cada célula...

... a liberdade chegou às alturas!!!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Férias_2


Um novo mundo foi (re)criado dentro de mim e a tendência é a de transformar todo o restante do mundo. Da mesma forma que somos tocados pelo sol...


Ah!


Na Chapada Diamantina, tinha um sol no meu caminho, no meu caminho tinha um sol...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Férias_1

Estou numa cidade pacata, chamada Abaíra/ BA.

Ora quero fugir daqui, ora quero ficar.

O festival está chegando, tomara que haja agitação.

B-joletas coloridas.

Saudade.

domingo, 26 de agosto de 2007

Mais uma indignação

"Um dia, um filósofo estava conversando com o Diabo* quando passou um sábio com um saco cheio de verdades. Distraído, como os sábios em geral o são, não percebeu que caíra uma verdade. Um homem comum vinha passando e vendo aquela verdade ali caída, aproximou-se cautelosamente, examinou-a em suas mãos, fitou-a longamente, extasiado saiu correndo e gritando: 'Encontrei a verdade. Encontrei a verdade!'. Diante disso, o filósofo virou-se para o Diabo e disse: 'Agora você se deu mal. Aquele homem achou a verdade e todos vão saber que você não existe...'. Mas, seguro de si, o Diabo retrucou: 'Muito pelo contrário. Ele encontrou um pedaço da verdade. Com ela, vai fundar mais uma religião e eu vou ficar mais forte!'."

*Escrevo com letra maiúscula porque o Diabo tornou-se um produto. Por sinal, muito comercializado.

sábado, 25 de agosto de 2007

O estupro

Menina branca de vestido pálido casando-se, no cemitério, para enterrar o sangue derramado.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

sábado, 4 de agosto de 2007

Num certo dia, quando me sentia "pequenininha", assustada e quase de volta ao controle dos meus sentidos uma pessoa apertou a minha mão, dizendo-me: "Eu sinto, Tá. Você tem uma luz muito forte".

Lavei a alma com minhas próprias lágrimas...

domingo, 8 de julho de 2007

A probabilidade de uma pessoa estar certa
aumenta na proporção direta da intensidade
com que as outras pessoas tentam provar que ela está errada.

James Mason, em O céu pode esperar.

sexta-feira, 8 de junho de 2007


O meu corpo mergulhado.
Na imensidão do meu ser.
Um mergulho profundo e sereno.
Perigoso também.
Toda a minha consciência concentrada.
Para um único ponto.
Os batimentos cardíacos quase imperceptíveis.
A respiração silenciosa.

Um feixe de luz na ponta do dedo do meu pé.
Vai desenrolando.
Desenhando as minhas curvas.
Tocando a minha pele.
Como o deslizar de uma lágrima.
Uma luz esverdeada.
Ganha força e embalo.
Que vai subindo.
Acariciando os meus ombros.
Desabrochando os nós da garganta.
Soprando em meu ouvido.
Arrancando-me um sorriso.
E finalmente, pousando em meus olhos.

Despertei do sono.

O meu corpo está leve.
Solto.
Caído em meus braços.
Sim.
Sou eu que me abraço.
Que me carrego.
Que atravesso as esquinas do deserto.
Sou eu quem beijo a minha testa.
Enxugo o meu suor.
Dou-me de beber.
Curo as minhas feridas.
Eu.
Eu mesma.
São as minhas pernas que enfraquecem.
E me fazem cair.
Sou os meus pulsos enterrados no solo.
A poeira nos olhos.
Sou eu que engatinho.
Que me ensino a andar de novo.
Sou o meu próprio cajado.
O tecido que me veste.
Que reconstitui e me renova.
Sou o vacilo.
O que dói.
O que sente frio.
Mas a que continua a caminhar.
Com o cabelo contra o vento.
Sendo cada fio de cabelo.
Cada vestígio registrado.

Sou a alma viva.
Pulsante.
Sedenta.
Fugaz.
Galopante.
Sou aquela que corre.
Ultrapasso-me.
Viro-me.
Olho para mim à distância.
Observo-me.
Percebo-me.
E me espero paciente.
Até que me dou as mãos.
Elas entrelaçam-se.
Nos unimos.
Somos uma.
Mas há quem vê.
E diga que somos duas.

sábado, 12 de maio de 2007

Vestido de Noiva

Dizem que a escolha do vestido é uma das tarefas mais importantes de um casamento para a noiva.

O vestido estilo "bolo de noiva" é completamente fora de cogitação, prefiro àqueles que lembram sinos.

Ah, bordado com pérolas! Eu, Princesa Tamara, assino a abolição.

Noiva de branco já está meio encardido, mas de preto é coragem pura!

Uma certeza tenho: o meu vestido terá que se moldar ao meu corpo, não o contrário. Talvez, um vestido de cetim com cauda em formato sereia; ou um corpete tipo espartilho e saia em point d'esprit floral transparente e por baixo uma saia de tafetá de seda; ou... bom, xá prá lá!

.........
Devem estar se perguntando: "Ela vai se casar?".
A resposta é: "Nãaao!".
Só fiquei pensando nisso durante a minha, cotidiana,
caminhada até o trabalho, onde há várias lojas de noiva.
.........

quarta-feira, 9 de maio de 2007


Em pleno hipermercado, arrastando carrinho, suportando ar condicionado, eis que surge uma voz:


- Atenção, viajante! O seu balão se soltou.


Fui até o balcão obter informações e a mesma mensagem soou.


Passado algum tempo, enquanto eu esperava o táxi chegar, porque o carro da minha mãe estava no conserto, novamente:


- Atenção, viajante do balão! Favor, comparecer no estacionamento, pois o nosso funcionário precisa ir ao banheiro.


Eu sentei e comecei a gargalhar, só parei quando doeu a barriga.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

domingo, 22 de abril de 2007

INDIG-NAÇÃO

Registro aqui
a minha indignação
pelo aumento
da passagem
de ônibus
para R$2,30.

Isto é o cúmulo!

domingo, 15 de abril de 2007

Adultos Precoces (?)

Se uma criança de dez anos perdeu a simplicidade da vida, como estará os demais?

Se uma criança de dez anos não percebe os bons momentos que a vida proporciona, como estará a qualidade de percepção dos demais?

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Eros

Afrodite, anatomia divinal, bom gosto e requinte, esposa e adúltera. Sempre acompanhada pela Horas e pela Graças, além de seus amores: Ares, Hermes, Dioniso, Poseidon e Anquises.

Com Ares teve os filhos Fobos e Demos. Deve ser por isso que quem é adúltero colhe os frutos do Medo e do Terror (só uma suspeita!).

Há quem diga que os adúlteros ficam sem juízo por causa dos transtornos causados por Hera e são grandes adoradores de vinho, assim como o Dionísio (aquele que citei acima!). Ou seja, se tornarão loucos, vagando pela Terra e às mulheres que os seguirem serão verdadeiras bacantes.

PS: Não liguem, eu adoro mitologia grega, não sei porque comecei nem porque terminei e postei isto. Até mais!

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Lenda Urbana

Toda noite, vozes me assombram. São vozes tão falantes, contam o que fiz, o que deveria fazer, o que eu posso fazer e o que eu gostaria de fazer.

O silêncio seria O Exorcista.

Toda noite, escuto as vozes do motor do carro, ouço a voz do barulho vindo da lage, escuto a voz do cantor da música "esvaindo" do aparelho de som do vizinho, ouço a voz do vento tocando a fresta da janela.

O silêncio seria O Alívio.

Toda noite, à cada exercício, eu aprendo que o silêncio é uma lenda urbana.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Tartarugas

Tava eu no oimbus. Daí a poco, subiu uma penca de quiança pela porta di trais. Teve até um homi qui falô:
- É o ônibus da creche?
Mais aí, ele cunversô com a muié que subiu com as quianças e preguntô di novu?
- São tudo seus filhos?
- Só 3. Mas tem mais 3 em casa.
E o assunto acabô, a muié desceu e o homi balançô a cabeça comentandu que tinha carregadu aquela muié no colo.
Bom, eu num intendi nada e balancei a cabeça também.

sábado, 31 de março de 2007

Meu 100º Post

Vocês conhecem alguém que é metido a falar difícil?

Falam tão difícil que se "embanánám" todo?

Pois, que o meu amigo Carro Velho é estrogonóficamente inoxidável, clique aqui para ver o vídeo.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Dinamização da libido

Percebo que as pessoas têm inveja do meu "tesão" para fazer as coisas. Mas fazer o quê? Sinto prazer em viver a vida.

Danem-se elas.

domingo, 18 de março de 2007

sábado, 17 de março de 2007

"Late Evening", Irene Sheri

Ter beleza é ser real.
A realeza é a sua beleza.

(...)

Haverá um tempo em que muitos procurarão, nas prateleiras dos supermercados, A REAL BELEZA para comprar.

A Campanha Pela Real Beleza da DOVE explica bem isto, para ver o vídeo clique aqui.

Divulguem!

As mulheres merecem saber que são admiradas pelas suas reais belezas.


PS: Para mim as bruxas ainda existem: são as revistas de beleza.

terça-feira, 13 de março de 2007

Lúcido Sonho

Corri, corri e corri.

Quando percebi estava correndo em cima de uma esteira. Eu dava um passo maior que o outro. O suor escorria por todo o meu corpo, formando poças imundas. Só pensava em correr. E, novamente, alguém dizia:

— Mais rápido! Mais rápido!

O tempo era um trem e ao me virar para vê-lo escorreguei na lagoa formada pela minha transpiração. Escorreguei e ao invés de cair, voei. Parecia até que tinha asas, balançava os meus braços numa perfeita harmonia. Nem medo de altura eu tinha. Voei tão depressa que a minha roupa saiu do corpo, elas foram parar numa nuvem que passava por ali e ao me virar...

— Caramba! Olha para onde voa – disse um pato negro e mal amado.

Pedi desculpas por tê-lo atropelado e sua esposa, a pata, tapava os olhos dele, resmungando coisas do tipo: “Nem o céu está livre, quanta perversão. Ó céus!”.

Nem liguei. Queria recuperar minha calcinha que estava perdida em alguma nuvem. Porque, confesso, voar dá um certo friozinho na barriga e imagine lá.

O céu era lindo. Não, não era. Eu nada vejo mais. Nossa, que escuro. Oh! Isto é uma escada? Sim, vou subir e saber aonde é que vai dar. Só que toda vez que subia dava a impressão de que descia. Setas de néon foram aparecendo, elas indicavam de cabeça para baixo: NORTE, SUL, LESTE e OESTE. Acho até que gostavam de me confundir, eu não sei me guiar, não sei onde fica o sul pior ainda onde fica o leste.

No meio do caminho, na verdade não sei precisar se era no meio mesmo, apareceu uma cigarra, ela era igualzinha a que a tia Solange contava nas histórias, no pré. Aquela cigarra cantava, viu?! Mil anos se passou e ela continuava a cantar afinadíssima.

— O quêeeeeeeeeeeeeee? Mil anos?

Aquela fonte era realmente da juventude. Quero dizer, da longevidade. Ah! Mas estou mais bela, maravilhosa com meus cabelos compridos e grisalhos.

— Ai, está me machucando.
— Desculpe-me, querida. Escalar o seu cabelo foi a única maneira que encontrei para chegar até você.
— Você é um príncipe?
— Sim, sou. Você não vê? Sou forte, belo e sou o maior arqueiro deste reino.
— Argh! Você veio aparecer agora, te esperei tanto tempo, agora prefiro beijar o sapo?!
— Mas, mas eu sou o seu príncipe e você minha princesa. Nascemos um para o outro e agora que nos encontramos poderemos viver felizes para sempre. Teremos nossos filhos...
— Ha! Ha! Ha! Você é um príncipe encantador, quero dizer, príncipe encantado. Encare os fatos, eu já estou velha – fiz uma careta para espantá-lo e ele correu milhas e milhas distante de mim.

A noite chegou devorando as minhas mãos com o escuro.

— Socoooooorro!

O vazio, sei lá o escuro, ah! não sei, algo me entristeceu e me tranquei no banheiro, sentei na privada e chorei.

Chorei, chorei e chorei.

Na piscina formada, flutuava folhas secas que exalavam certo frescor. Fiquei atenta ao burburinho e era, novamente aquele príncipe idiota:
— Vim fazer-lhe uma surpresa, amor da minha vida. Pelo caminho afora encontrei uma senhora já bem velha, coitada. Quero dizer, que me ensinou a fazer este banho romântico. E pediu para que eu tivesse paciência, pois a minha amada só está estressada.
— Estressada, eu? — alterei a voz. Como pode acreditar numa velha, seu estúpido?!

Agarrei-o e enfie a sua cabeça debaixo d’água e segurei durante duas horas. Só o levantei porque meus dedos estavam enrugados e a minha unha já fraca. De repente, saltitando, apareceu uma lixa. Uma lixa enorme colossal e foi com ela que aparei todas as minhas unhas: da mão e do pé. Cada vez que tentava agarrar o pé, para lixar as unhas, eu fazia um abdominal. Me empolguei tanto que fiz mais 299 abdominais e 300 flexões de braço, quando olhei para o lado havia uma rodinha de formigas maravilhadas. Abri a boca quando tomei um susto ao ver aquele mundaréu de formiguinhas bundudas:

— Você pode nos ajudar?
— Ajudar com o quê?
— É que precisamos atravessar o rio, o rio Chorão. Como você tem braços fortes e nós contamos, foram 312 flexões. As doze últimas quase não saiu, mas tudo bem. É, quer dizer...! Nós gostaríamos que você esticasse o braço até que completemos a travessia. Pode nos ajudar?
— Eu topo, me mostre o caminho.

Caminhamos, caminhamos e caminhamos.

Até que chegamos no rio Chorão. Ele era pouco menor do que o meu braço e elas foram passando. Tão bonitinhas, as mamães levavam os seus filhotes, que esses entrelaçavam as anteninhas com as dos seus irmãozinhos. Assim passou, uma de cada vez. Eu me perdi na contagem, mas quando recontei passaram 297.666.551 bundudas, não, formigas.

Meu corpo cansou e desabou. Aquelas minúsculas criaturas se transformaram em chumbo. Ali mesmo adormeci. Dormi tanto, mais tanto que chego a duvidar se realmente dormi. Só acordei com o sol gritando em meu ouvido: “Volte, volte”. Mais um louco, ele usava óculos escuro e bebia água de coco de caixinha. Perguntei para onde deveria voltar e me ele ignorou. Gritei mais alto, pulei, dancei e caí. Caí porque não agüentava mais de calor. Mas desta vez passei do chão e rodopiei e não me lembro de mais nada, a não ser das fotos que meus olhos tiraram ao se abrirem.

Vi uma casa rosa com jardim de rosas cor de rosa. Resolvi entrar com a recepção da chaminé soltando fumaça: “Seja bem-vinda!”. Fui apertar a campainha e segundos antes do meu dedo tocar, li o cartaz:

— Entre sem fazer barulho.

Ao completar cinco passos, ouvi um som familiar, “PASSA-PASSA-PASSA”, era o tempo, quero dizer o trem. Era um trem fantasma, não tinha trilha, e embarquei. Visitamos a cozinha, que estranhamente era rosa, e me lambuzei de sorvete passas ao rum. Depois, conhecemos a sala que mais parecia uma biblioteca, havia muitos livros empoeirados e sem me conter passei o dedo pela estante enquanto o trem passava e daí surgiu uma grandiosa nuvem de poeira.

Tossi, me cocei, ri, apertei os olhos, apertei as mãos e novamente ouvi a voz misteriosa e chata, por isso corri, corri e corri. Quando percebi...

quinta-feira, 8 de março de 2007

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Nostalgia

Saudade do meu tempo. Não é o tempo de antigamente, não. Nem o tempo do meu pai. Não, são tempos meus.

Saudade tenho do meu tempo. Tempo esse que fazia somente o que gosto. Atropelava as ordens, mas fazia o que gosto. Invertia tudo mesmo: o que era não importante e não urgente botava no topo como importante e urgente!

Hoje? Tenho que fazer listas, tenho que dividir o meu tempo (aquilo que chamam de Administração do Tempo!) e qualquer erro matemático ou falha humana me faz perder tempo.

Hoje, só hoje, odeio esse mundo de reunião, de responsabilidade, de feedback, de briefing e de liderança.

Amanhã, continuarei com minha saudade, mas sem ódio.

B-joletas pessoal.

PS: Desculpem-me a falta de in e pelo desabafo.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Ando sem in.
Vivo com piração.

Tenho apenas me dedicado à uma Gincana Literária, que tem me consumido um bocado. Tudo isso porque eu adoro o Rogerito (autor da Gincana!) e o que ele escreve. Aí vai uma "painha":

"O que dizer a quem não tem o que dizer
mas te provoca a falar?
O de sempre:
o mesmo caprichado buquê de silêncios."

"Miséria não é a falta de bens ou recursos
nem é a falta de amores.
Miséria é a falta de si mesmo."

"Subi a colina dos teus olhos
só para me ver encantado
no vale do teu sorriso."

"As pessoas são problemas
que outras pessoas não resolvem."

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

... algumas frases sobre...

SEXO!!!

"Sejamos pornográficos, docemente pornográficos"
(Carlos Drummond de Andrade, poeta)

"Mulher é prostituta porque gosta"
(Nelson Rodrigues, jornalista e teatrólogo)

"Porque eu não me como"
(Bussunda, humorista, explicando porque os homens são exigentes com o corpo das mulheres e tão descuidados com o deles)

"Partindo da premissa que sexo é vida, é perpetuação da espécie, é renovação, já é belo por si só"
(Ivo Pitanguy, cirurgião plástico)

"Só acredito naquilo que posso tocar. Não acredito, por exemplo, em Luiza Brunet"
(Luiz Fernando Veríssimo, escritor)

"O problema do gordo é só um: quando ele penetra, não beija; e quando beija, não penetra"
(Tim Maia, sobre o esforço de transar com 140 kg)

"Há apenas um afrodisíaco - a mulher especial que a gente gosta de tocar, ver, cheirar e espremer"
(Errol Flynn, ator)

"Eu queria ser mulher para excitar quem me olhasse / Eu queria ser mulher para poder recusar"
(Mário Sá Carneiro, poeta português)

"Às vezes, fala o falo; outras, fala o dedo"
(Vinícius de Morais, poeta)

"Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Porque corpos se entendem; as almas, nem sempre"
(Manuel Bandeira, poeta)

"Querido, você está com uma lanterna no bolso, ou isso é uma declaração de amor ?"
(Mae West, atriz, a alguém com quem dançava)

"Orgasmo não é objetivo, é conseqüência"
(titio Caetano Veloso)

"O brasileiro é sueco com a mulher dos outros e mineiro com a própria mulher"
(Ronaldo Bôscoli, compositor)

"O homem que é homem não usa camisinha. Plastifica"
(Fernando Pessoa Ferreira, poeta)

"Na mulher, o sexo corrige a banalidade; no homem, agrava"
(Machado de Assis, escritor)

sábado, 17 de fevereiro de 2007

APRISIONADA MULHER

"Para a minha eterna amada, Manuela:

Queria fazer do gorjeio do eterno passaredo, em canora colagem concertar amenas serenatas para, serenatando pelas noites adentro e madrugadas afora, levá-las como oferenda a você. Para você sentir-se ouvindo-me."

Leôncio, o apaixonado, rabiscou quaisquer palavras. Amassou a folha e partiu para a casa de sua amada, afim de libertá-la da prisão da casa dos seus pais:

- Venho, respeitosamente, pedir-vos a mão de Manuela!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Gozo feminino

Logo de manhã, lá pelas sete, ela crava nos pés uma estaca, de 8 centímetros, e elegantemente sai a saltar. À noite, pelo corredor do prédio, ouve-se gemidos de um orgasmo múltiplo – é ela! arrancando a estaca dos pés.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Egon Rathke

Quando a alma se desprende do corpo o que se sente vira concreto.
Quando um sonho lhe perturba à mente, durante o dia, significa que não era um sonho. Sim, algo previsto acontecer.


"Bruta, ciega, sordomuda,
torpe, plasta y testaruda,
es todo lo que he sido"

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Novo layout

Boa tarde, queridíssimos!

Hoje, eu resolvi alterar a minha conta do Blogger para o Blogger Beta. Porém, tive a infelicidade de limitações com o antigo layout do blog e decidi utilizar outro, um pouco mais organizado, como exige a virginiana que vos escreve.

Talvez, este processo de mudança tenha decorrido por uma escolha minha: vou praticar Yôga. Quando eu mudo alguma coisa, sinto a necessidade de mudar todo o resto para que tudo fique em quase perfeita harmonia.

Que todos possam aproveitar esta sexta-feira de sol!

A feira

Nos braços, as sacolas de plástico engancham nos parafusos enferrujados das juntas. Tento correr com os calcanhares quebrados ao ouvir as vozes exorcisadas vender pedaços frescos de gente à baixo custo. (...)

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Élio Oliverira


O marido desconfiava da fidelidade de sua mulher, porque ela andava triste e chorava, todas as noites, quando ele a tocava. Após uma discussão, descobriu que ela tinha sido estuprada no trabalho.





A cada 12 segundos, uma mulher é estuprada no Brasil - alerta a presidente do Conselho Estadual de Direitos da Mulher (Cedim).

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Vale andar descalço do que tropeçar com os sapatos dos outros

Por Mia Couto* e Tamara Queiroz

O mais importante é uma NOVA atitude. Se não mudarmos de atitude não conquistaremos uma condição melhor.

É preciso ser construtor do futuro.

É preciso gerar um pensamento produtivo, ousado e inovador. Um pensamento que não resulte da repetição de fórmulas e de receitas já pensadas.

Há sete sapatos sujos que necessitamos deixar na soleira da porta dos tempos novos:

1º Sapato Sujo: A idéia que os culpados são sempre os outros e nós somos sempre as vítimas:

Estamos sendo vítimas da desresponsabilização.

"Caros irmãos: estou completamente cansado de pessoas que só pensam numa coisa: queixar-se e lamentar-se num ritual em que nós fabrcamos mentalmente como vítimas. Choramos e lamentamos, lamentamos e choramos. Queixamo-nos até à náusea sobre o que os outros nos fizeram e continuam a fazer. E pensamos que o mundo nos deve qualquer coisa. Lamento dizer-vos que isto não passa de uma ilusão. Ninguém nos deve nada. Ninguém está disposto a abdicar daquilo que tem, com a justificação que nós também queremos o mesmo. Se quisermos algo emos que o saber conquistar. Não podemos continuar a mendigar, meus irmaos e irmãs."

Chika A. Onyeani

2º Sapato Sujo: A idéia de que o sucesso nasce do trabalho:

O que explica a desgraça mora junto do que justifica a bem-aventurança.

3º Sapato Sujo: O preconceito de quem critica é o inimigo.

4º Sapato Sujo: A idéia que mudar as palavras muda a realidade:

A aparência passou a valer mais que a capacidade para fazermos coisas.

Em lugar de soluções encontram-se problemas. Em lugar de ações sugerem-se novos estudos.

5º Sapato Sujo: A vergonha de ser pobre e o culto das aparências:

Estamos vivendo num palco de teatro e representações: tudo é um passaporte para o estatuo de importante, uma fonte de vaidades.

É urgente que as nossas escolas exaltem a humildade e a simplicidade como valores positivos.

São enganações de quem toma a embalagem pelo conteúdo: a arrogância e o exibicionismo.

6º Sapato Sujo: A passividade perante a justiça.

7º Sapato Sujo: A idéia de que para sermos modernos precisamos imitar os outros:

A vergonha de sermos quem somos é um trampolim para vestirmos a outra máscara.

Fala-se muito dos jovens e fala-se pouco com os jovens. Ou melhor, fala-se com eles quando se convertem num problema.

A escola é um meio para querermos o que não temos. A vida, depois, nos ensina a termos aquilo que não queremos.

Temos que gostar de nós mesmos, temos queacreditar nas nossas capacidades. Mas esse apelo ao amor-próprio não pode ser fundado numa vaidade vazia, numa espécie de narcisismo fútil e sem fundamento.




*Mia Couto adora gatos e por isto ganhou este apelido do seu irmãozinho , por ele também não conseguia dizer "Emílio". Grande escritor moçambicano.


terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Não Violência

Li uma Prosa que dizia sobre o dia 30/01, dia da Não Violência. Fazia um convite parauma blogagem coletiva sobre o assunto.

Eu que não sei escrever (só atropelar palavras!) resolvi cantar:


Baader - Meinhof Blues

Composição: Renato Russo/ Marcelo Bonfá/ Dado Villa-Lobos

A violência é tão fascinante
E nossas vidas são tão normais
E você passa de noite e sempre
Vê apartamentos acesos
Tudo parece ser tão real
Mas você viu esse filme também
Andando nas ruas pensei que podia ouvir
Alguém me chamando, dizendo meu nome
Já estou cheio de me sentir vazio
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
Afinal, amar o próximo é tão demodê
Ô ô ô
Essa justiça desafinada é tão humana e tão errada
Nós assistimos televisão também, qual é a diferença?
Não estatize meus sentimentos pra seu governo
O meu estado é independente
Já estou cheio de me sentir vazio
Meu corpo é quente e estou sentindo frio
Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber
Afinal, amar o próximo é tão demodê


Ah! Eu faço violência agredindo à violência.

Realizei algumas alterações porque no meio da madrugada acabou a energia e não pude concluir o que queria.

sábado, 27 de janeiro de 2007

Você sabe, você viu!, o medo que eu senti quando descobri que te amava. Às vésperas daquele dia, não temia nem mesmo a morte.

Você viu, você estava lá!, eu sentada no canto daquela sala vazia, enxergando apenas o brilho do taco de madeira que nos separava. Eu conseguia te sentir em pé, em frente à porta. Mas não conseguia te encarar, eu não podia encarar o autor... e soprei com o que me restava:

- O que você fez comigo?

Você me tirou todo o ar, tive a asma que tem uma criança, encolhi, abracei as minhas pernas e chorei como chora a neta que vê seu pai-avô partindo.

Você parecia me ver, e me via!, e tenho a certeza de que não me reconhecia. Você via um pedaço de um corpo jogado no chão, mergulhado em lágrimas. Um rosto já manchado. Não me parecia com uma mulher, talvez lembrasse a figura daquela que te amava e sentia muito medo. Medo do dia que viria, de como seria, de como eu seria?...

Você deu um passo inseguro, foi embaraçante!, vacilou um pouco, mas me tocou, eu fugi me esperneando. Você gritou para que eu o encarasse e minha cabeça permanecia baixa como quem teme que a luz cegue-lhe os olhos.

Depois, eu sei!, pedi para você ir embora. Você deu-me às costas e deu quatro passos para frente que parecia martelar sobre a minha cabeça e chorei mais ainda. Então, naquele momento, você me puxou, me chacoalhou, pôs-me contra o seu peito, entrelaçou suas pernas nas minhas, vacilou novamente, fiquei fraca!, rolamos (você tinha a mesma coragem de quem doma um bicho!), ficamos cansados, ouvimos o silêncio ensurdecedor até que aquilo me fez acalmar e por um momento você também sentiu medo do amor. E ainda assim, deu-me um beijo dizendo com os olhos que também me amava.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

BINGO

Acertei.
Mas perdi.

Fazer certo
Nem sempre
É ganhar.

O que para você é.
Para mim não é.

Às vezes
O que penso
Não é
O que faço.

E o que faço
Não é
O que você quer.

Torna-se
Uma luta
Injusta
Incerta
Incoerente.

É neste
Exato momento
Que vale
Muito mais
O que você quer
Do que me querer.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Os meus dias de folga são assim lembrados:

Domingo:

Óoo, dia bonito! Sol, cachoeira, mar e eu. Combinação perfeita.

Sábado:

Percebi o quanto conheço as músicas do Roberto Carlos e no como elas fazem lembrar a minha mãe. São tantas emoções!

Sexta-feira:

Chuva no final da tarde. Areia nos pés. Mar ao lado. Estresse indo embora.

Quinta-feira:

Os maus condutores são os péssimos pedestres!